A política do Pão e circo como ficou conhecida, era o modo com o qual os
líderes romanos lidavam com a população em geral, para mantê-la fiel à ordem
estabelecida e conquistar o seu apoio. Esse termo tem origem no contexto de
criticas à falta de informação do povo romano, que não tinha qualquer interesse
em assuntos políticos, e só se preocupava com o alimento e o divertimento.
Com a sua
gradual expansão, o Império Romano tornou-se um estado rico e sua capital, Roma,
tornou-se o centro de praticamente todos os acontecimentos sociais, políticos e
culturais na época de seu auge. Isso fez naturalmente com que a cidade se
expandisse, com gente vindo das mais diferentes regiões em busca de uma vida
melhor. Pessoas humildes e de poucas condições financeiras iam se acotovelando
nas periferias de Roma, em habitações com conforto mínimo, espaço reduzido, de
pouco ou nenhum saneamento básico, e que eram exploradas em empregos de muito
trabalho braçal e pouco retorno financeiro.
Esses
ingredientes, em qualquer sociedade são perfeitos para detonarem revoltas sociais
de grandes dimensões. Para evitar isso, os imperadores optaram por uma solução
paliativa, que envolvia a distribuição de cereais e a promoção de vários
eventos para entreter e distrair o povo dos problemas mais sérios na fundação
da sociedade romana.
Assim, nos tempos de crise, em especial no tempo do Império, as autoridades
acalmavam o povo com a construção de enormes arenas, nas quais realizavam-se
sangrentos espetáculos envolvendo gladiadores, animais ferozes, corridas de bigas, quadrigas, acrobacias, bandas,
espetáculos com palhaços, artistas de teatro e corridas de cavalo. Outro
costume do império era a distribuição de cereais mensalmente. Basicamente,
estes "presentes" ao povo romano garantia que a plebe não morresse de
fome e tampouco de aborrecimento. A vantagem de tal prática era que, ao mesmo
tempo em que a população ficava contente e apaziguada, a popularidade do
imperador entre os mais humildes ficava consolidada.
A política
de transferências de renda e grandes eventos esportivos é o modo como o
qual lideranças brasileira lida com o povo, para mantê-los fiéis com votos nas
eleições. Esse contexto é presente em um cenário de conformismo da população,
perante aos problemas da política nacional que acontecem há anos, que se preocupam com a bolsa família e o
futebol.
Com seu
gradual crescimento econômico, o Brasil ganhou melhor visibilidade no mundo e
suas principais capitais (São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador) tornou-se o
centro de grandes eventos mundiais. Isso faz naturalmente com as cidades cresçam, com gente vindo das mais diferentes regiões em busca de melhores
condições de vida. Pessoas pobres e de poucas oportunidades se apertam nas
periferias das metrópoles, em habitações com mínimo de conforto, espaços de
riscos, de pouco saneamento básico e que são explorados em empregos que geram
muitos problemas físicos e pouca remuneração.
Esses
ingredientes, em qualquer sociedade são perfeitos para detonarem revoltas
sociais de grandes dimensões. Para evitar isso o governo optam por uma solução
paliativa, que envolve a distribuição da bolsa família, a parceria com eventos
esportivos e manipulação de programações de emissoras de TV para distrair o
povo dos problemas mais sérios na organização social brasileira.
Assim, em
tempos de crises em diversas partes do mundo, o governo investe na criação de
novos estádios, nos quais acontecem espetáculos envolvendo quase que exclusivamente
o futebol e casos especiais outros esportes, músicos e eventos religiosos.
Outra ação do governo é transferência mensal de 70 reais para o povo, referente
ao Programa Bolsa Família. Basicamente, estas atitudes “em prol” do povo
brasileiro garante que a população pobre não fique sem consumir e tampouco se
aborreça. A vantagem de tal prática é que, ao mesmo tempo em que a população
sente-se com poder de compra e apaziguada, a popularidade do governo entre os
mais pobres fica consolidada.
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Arena Fonte Nova - Inaugurada em 2013 com um BA-VI - Um dos locais que teve jogos da Copa das Confederações de Futebol e em 2014 sediará alguns jogos da Copa do Mundo de Futebol. |
Recentemente,
no mês de junho, período que precedeu e durante a copa das confederações aqui
no Brasil o povo foi a rua realizar manifestações diversas e apartidária,
movimentos esses talvez influenciadas pelas manifestações europeias ou pelo despertar
e cansaço de grupos na sociedade diante de grandes problemas envolvendo
superfaturamentos e corrupção.
Mas será
que teremos retornos significativos favoráveis a diminuição do abismo social
existente entre as camadas mais humildes e a alta sociedade? Quando irão
valorizar adequadamente setores como a Educação, Saúde e Segurança Pública? E
as mega estruturas que estão sendo concluídas, serão aproveitadas de uma forma
de traga benefícios sociais ou serão exclusivamente voltados para aumentar
valores de contas bancárias daqueles que compõem um grupo minoritário que
concentra as riquezas de nosso país e as utilizam como forma de poder?